quinta-feira, 8 de março de 2018

Críticas de Cinema

Não sou grande fã de Guilhermo Del Toro ainda que sejam inquestionáveis suas habilidades na direção, desde seu primeiro longa comercial 'Mutação' (Mimic) com Mira Sorvino, onde ele despontava como uma indelével marca que assinava com estilo seus longas. Mas ele parece ser um Peter Jackson sem o mesmo senso de humor e por vezes com uma moral duvidosa em seus filmes a exemplo do 'Labirinto de Fauno'. Reconheço assim a pegada artística de seus projetos ainda que poucas vezes goste de seus critérios e ideias. Similarmente desponta 'A Forma da Água' uma peça que se destaque pela zelosa direção, com fotografia, design e maquiagens duma exuberância inquestionável. Mas ainda que merecesse o oscar de melhor direção não digo o mesmo para o de melhor filme. Ainda que muito bem apresentada as alusões a zoofilia são no mínimo esquisitas. Permeado por referências a filmes como 'O Fabuloso destino de Amelie Poulain' o que levou o diretor Jean-Pierre Jeunet acusar Del Toro de plágio pelo seu 'Delicatessen', o filme o qual a criatura é da Amazônia parece aludir não apenas este fato ao Brasil, mas a músicas de Carmem Miranda e o título que parece curiosamente surgido do documentário 'Como Água' sobre Anderson Silva. O filme vale ser visto como um primoroso exercício cinematográfico mas não considero um clássico.

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Pequena Grande Vida (Downsizing) apresenta uma sobrecarga de mensagens subliminares e simbolismos muito comumente referidos aos iluminattis, e assim acaba apenas sendo pseudo-profundo. Notadamente observa-se que não possui ideias tão trabalhadas ficando elas em sua maioria apenas sugeridas indiretamente e subjetivamente o que não é comum as adaptações de livros que apresentam tramas muito mais elaboradas e sem tantos simbolismos visuais.
A trama parece inicialmente aludir a ideia subjetiva da diminuição da dignidade escondida em argumentos de ficção científicas que não se sustentam em verossimilhança entregando por vez ser apenas uma fábula das elites que são uma 'minoria' na busca pela sobrevivência em sua versão de apocalipse ecológico que ao contrário do apocalipse bíblico não é pela corrupção moral, violência e impunidade da raça humana, mas por ferir a Terra. 
Esse ideia é repetida como um mantra na mídia principalmente sob a forma do aquecimento global e em outros filmes como 'Mother' de Darren Aronofsky que recentemente alegou que o filme se trata de uma metáfora justamente para isto, a 'mãe' é uma representação da Terra maltratada pela humanidade. Ainda que os acontecimentos destrutivos de ambos apocalipses sejam comum, tanto os motivos e fins destes são diferentes, o bíblico para expurgar a corrupção da Terra e o deles as maiorias que consomem muito ao contrário dessa 'minoria' que consome pouco.
O tom metafórico não se escora cientificamente uma vez que a implausibilidade científica da diminuição do corpo aumentaria a densidade do sangue por causa da água o que provavelmente comprometeria os vasos sanguíneos assim como o próprio DNA que destinado a reprodução celular em tamanho maior teria efeitos no mínimo ilógicos.
Naturalmente que visualmente o filme é impecável por sua tecnologia de efeitos visuais avançada, todavia nesse sentido seria melhor ficar com a versão com Jack Black de Guliver por pelo menos não ser pseudo-profundo como este.

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