quarta-feira, 1 de abril de 2020

O Viés Atemporal da Maldade

O que gosto de filmes de wester são os temas recorrentes numa zona sem lei onde o mais cruel normalmente predomina contra toda aptidão social num estado de selvageria. Se trata de uma luta entre os que agem contra a dignidade e honra alheia aos que se redimem ante ela ao estabelecer o equilíbrio e justiça num lugar dominado por baratas da maldade onipresentes em qualquer época da humanidade. Passa se tratar sobretudo da luta pela civilidade que volta a ser estabelecido pela lei ou vingança ante uma atrocidade como a morte e(ou) estupro de alguém sem qualquer culpa ou motivo justificável. Similarmente isso norteia a maioria dos valores de filmes distópicos o que demonstra a onipresença desse mal atemporal a compelir uma luta constante ainda que mediante o critério de sobrevivência ao serem destituídos da civilidade. A exemplo de The Walking Dead o mesmo pode ser dito. Ainda que George Romero o criador da metáfora para os mortos reputasse o fato como uma analogia ao consumismo o ato figurativo é mais amplo especialmente quando se trata do fato de que somos os produtos a serem consumidos.

O Filme 'A Salvação' demonstra justamente isso, como déspotas asquerosos obrigam ao povo pagar oferecendo vidas e dinheiro até que alguém que matou dois estupradores nojentos de seu bando não fossem pegos. Obviamente que o povo guiado como gado opta por entregar o homem que agiu em legitima defesa o que conduz a narrativa ao conseguir escapar e buscar justiça numa cidade sem lei. O ator Jeffrey Dean Morgan incorpora com facilidade o mesmo tipo de Negan do supracitado seriado, um monstro que sem dó promove até mesmo o estupro coletivo da viúva de um dos homens de seu bando. Esse lixo execrável finalmente tem o que merece ante uma população sitiada pelo mal. 

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