domingo, 23 de abril de 2017

O que aprendi com 'Até o Último Homem' de Mel Gibson

O militarismo é uma imbecilidade. Você se alista e passa um treinamento de assédio moral para não se bastar ir a guerra e ver seus amigos morrerem e você ser morto ou ferido, ou pior, ser pego pelo inimigo e torturado - o treinamento é apenas um pagamento inicial para o método mais idiota de ir para o céu, pelo sofrimento, não arrependimento.
Quando volta da guerra como veterano é tratado como paranoico, pois está traumatizado e é descartado como um imbecil enquanto o poderoso que lhe mandou é louvado como o único vencedor de uma guerra, quando vence.

Mas o militarismo existe exatamente por isso, por causa da maior imbecilidade humana, as guerras ou a possibilidade delas, mas que apenas existem quando há exatamente um exercíto. Significa se matar não por um país mas para que o poderoso governante dele possa todos os dias comer, transar e discursar dando mandos e provavelmente sendo corrupto - e muitas vezes culpado - em segurança e no luxo. Ir a guerra significa pagar pelos erros de governantes, lutar contra quem nunca viu e normalmente nada fez contra diretamente você, soldados normalmente bons como você.

De certo temos bons soldados, homens bravos e valorosos mas quando um superior é corrupto e dá ordens más contamina toda cadeia de comando, tornando o bom soldado em mal. Ai todos se matam em nome do poder alheio. 

Claro, você pode ir a guerra e fazer mais que seguir suas ordens diretas e estuprar civis da população inimiga e cometer outros crimes de guerra que, caso vença, provavelmente serão impunes.
Mas para isso funcionar não se aceita críticas ou questionamentos, você não é um braço acrítico do povo, mas do Estado, e braços não pensam apenas marcham a guerra sob mando de crimes ordenados. Pois se você denunciar abusos de poder certamente sofrerá as consequências você mesmo. E esse texto deve ser repelido como todo 'objetor de consciência'.

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