quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Voyeurismo: A Doentia Arte de Cuidar da Vida Alheia

Com a frase acima observamos num mundo pós reality show a futilidade mais em voga do que nunca. O voyeurismo que outrora era signo de doença hoje vulgarizado se tornou normatizado como hábito da moda e descolado - parecem estar seguindo os mesmos passos para a psicopatia, sadismo e egoísmo. Dos noticiários que discutem o cotidiano de celebridades aos reality shows onde as pessoas vivem como numa vitrine ao gosto de todo tipo de julgamento fútil e trivial. Se tornou um esporte se intrometer na vida alheia, mas não para ajudar, senão seu oposto, acusar e tentar mostrar como se deve ser e fazer ao bel prazer egoísta desses como se tentasse impor o que temos que ser contra nossos direitos. É como se o hábito de desocupados se tornasse ocupação, dando valor ao estilo daquelas senhoras desocupadas que passam horas na janela de seu apartamento vigiando a vida alheia. A atrofia intelectual e crítica em decorrência disso é tangível na especialidade de cuidar da vida alheia. Nesse mundo de "Big Brother" onde a privacidade não é mais respeitada os direitos por conseguinte, as coisas mais banais e sem menor importância é discutida como mesmo o hábito sexual alheio, se ele deve ser gay ou não, o motor que fortalece essa cultura tola, superficial e medíocre de bundas e bolas tão pichada no exterior. A vagabundagem se tornou profissão nesse mundo onde mesmo passar horas produzindo um livro é ser desocupado, mas lucrar com o plágio desses livros não. Temos que vegetar em função da vida e do desejo egoísta alheio gradualmente esvaziado de direitos e vida própria na destituição de toda humanidade como algo inferior a isso.
A inversão de valores atesta a falência moral de justamente isso, uma sociedade vazia e fútil que vive apenas de aparências numa luta insana não por produzir melhor, mas se impor acima dos demais para parecer maior, melhor e mais humano. É o fim, mentes pequenas sempre discutirão minha pessoa, nunca minhas ideias, pois importa as pessoas vazias e ocas apenas isso, a aparência, não substância.

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