Sem dúvidas que 13 Reasons Why é o drama adolescente mais profundo e reflexivo dos últimos tempos, e nisso meus parabéns do autor e a produção. Com a sensibilidade feminina a série deu um soco no machismo que vê as mulheres como objetos sexuais. O final é bem tocante, emocionante mesmo, mas mais que me fazer lembrar de seriados de meu tempo, como Dawson's Creek, Party Of Five e The O.C. me levou a refletir.
O vilão Bryce, assim como todo cavalheiro do falocentrismo considera-se mais gostoso e irresistível que os demais, evidenciando na verdade o prazer no assédio e na agressão sexual como conquista, expondo assim a cultura do estupro numa sociedade moralmente decadente e de valores distorcidos que tende a 'normalizar' tais práticas. Por isso não se deve envolver a esta cepa pois quando se "sim" a eles é equivalente abrir as portas para toda vulgaridade falocêntrica que invade junto de supetão (algo que parecem fazer na minha vida a quem me diz sim).
O exibicionismo pertinente a isto não revela que não fica-se com mulheres pelo amor ou pelo simples gosto, mas numa competição não tão diferente de animais alfa por ter mais fêmeas o possível e a cada conquista levada a uma exposição como troféu, uma lógica não tão diferente a de ser ator pornográfico.
Outro aspecto é o voyerismo, uma doença que tende a ser insistentemente normalizada por programas como Big Brother e consiste em basicamente espionar a vida privada alheia, a exemplo de Tyler, não que isso justificasse o bullying que sofria. Tyler dá dicas de uma continuação da série: 13 Motivos Pra Matar Todo Mundo na Escola.
Tony, por sua vez, de longe é o personagem gay mais bacana que já vi (ainda que não muito expressivo), tudo isso sem a necessidade de nenhuma cena de beijo gay ou algo ainda mais apelativo como algumas sequências de Sense 8. Pela sensibilidade e sabedoria, ele, parece comprovar o motivo dos homens gays muitas vezes serem melhores amigos das mulheres, pois têm real afinidade com igual sensibilidade feminina, sensibilidade e beleza pelo qual não tenho defesas e que tolos "machos alfa" como Bryce "vencem" com a brutalidade ainda que auto-afirmada como maturidade e charme.
Clay, o protagonista, é o tipo de cara tão raro que chega soar quase inverossímil, mas sei que homens assim existem, pois sem falsas modéstias sou um, precisamos de mais homens assim urgentemente.
Termino o texto dizendo que não tenho a necessidade de dar 13 motivos para uma segunda temporada, pois há muito mais apenas com os ganchos dado na conclusão da primeira temporada. Que venha mais!
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