O Brasileiro não poupa nem seus compatriotas, e com José Padilha não foi diferente neste Robocop. Claro que o filme perdeu no teor dramático da memória de Alex Murphy e sua família, assim por sua honestidade contra a criminalidade em meio a uma corporação totalmente corrupta, a OCP, o que faz os personagens dessa Onmicorp bastante cínicos e apenas interesseiros levemente corruptos perto do anterior. Mas convenhamos o tema é atualíssimo, com essa coisa de drones e criação ampla de robores para combates remotos a trama ganha uma discussão que mergulha o espectador nos conflitos morais do mesmo. Padilha mesmo com todas restrições de Hollywood conduziu belas sequências, especialmente as de ações onde dosou efeitos visuais com atuações no ponto certo, ainda que a corrupção daqueles personagens gananciosos, que convenhamos seja mais dentro da realidade faça falta no clássico onde um come o outro como cobras, esse filme não mancha o clássico ainda que jamais seja um novo clássico, pois ainda hoje lembro da impactante sequência da morte de Alex Murphy de Peter Weller no original, claro que impagável mas Padilha não precisou dos mesmos apelos de Paul Vehoerven a violência pra contar sua história afinal a faixa etária também tinha de ser mais ampla. Resumo, meus votos é que Padilha pegue um projeto de Hollywood com total liberdade criativa e ai sim teremos um tropa de elite norte-americano ou no mínimo algo a altura de 'Dia do Treinamento'.
Alguns momentos Robocop incorpora o Rambocop e é divertido ver os comentários de Novak (Samuel L.Jackson) sobre ele como puxa-saco oficial numa espécie de Wagner Montes do futuro, mas remetendo aquelas tiradas de Tv que haviam no original e no Tropa de Elite 2. Mas a grande sacada do filme mesmo é o teor emocional onde a máquina analisa os estados emocionais e sua influência sobre o próprio sistema que rende um argumento original que o clássico não tinha declaradamente, mas neste trabalhado com muito mais profundidade. Muito bom.
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