Há alguns anos assisti uma reportagem no Fantástico – quando
ainda era bom – sobre uma cidade no interior dos Estados Unidos em que o
governo quase não era presente. O experimento social que se seguiu involuntariamente
parecia dar razão a alguns pressupostos do movimento anarquista. Não havia
crimes, tão logo não havia necessidade de polícia, economicamente mantinha-se
com autonomia e maturidade social.
Aquilo me impressionou e me levou a questionar o modelo convencional
de política e consequentemente a crise de representividade no Brasil. Uma
sociedade debilitada, com problemas sociais, econômicos, na saúde, educação e
transportes é preciso um governo para procurar intervir em resoluções práticas
aos problemas sociais, ou seja, o governo é preciso para os que precisam ser
governados.
Compreensível que mesmo as leis existem para guiar a conduta
e comportamento humano numa sociedade servindo de guia a suas obrigações e
direitos, como diz o apostolo Paulo, a lei é para os que estão sem lei, no
contexto de não terem uma conduta coerente. Precisamos assim de alguém que
represente nossas necessidades e não só, mas ser melhor do que nós para
orientar, guiar e governar, ora mesmo médicos se fazem necessário por haver
doenças assim são os políticos.
Mas o problema se agrava quando as imperfeições da sociedade
são utilizadas como instrumentos da convocação do poder, dos que não nos governam,
mas a si próprios, não estão interessados em liderar, mas dominar. Há daqueles
o qual a política aproveita-se das dificuldades como se vendesse um remédio por
uma doença, graças a doença. Por isso o experimento social da anarquia nunca
deu certo: não havia preparo evoluído e maduro o bastante para a autonomia
social.
Um exemplo disso são as ditaduras, o regime fascista e
tantos mais, ainda que mediante uma situação caótica e de calamidade se faça
necessário líderes, heróis, polícia e médicos a de ser considerado um
retrocesso numa sociedade anarquista benevolente e altruísta onde a sociedade
atingiu um nível de evolução e maturidade ímpar e creio que mesmo os sistemas
de castas e classes não se fariam necessário, como diz na bíblia ‘cada um daria
conta de si’.
O governo funciona assim como um pai ou mãe, eles são
precisos até que a criança se torne adulta e madura, evoluída o bastante para
que cuide de si mesma sem a necessidade do governo dos pais ou uma governanta,
que recebe esse nome justamente por isso.
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